O caminho é íngreme e lamacento
E não há mãos onde possar dar as minhas.
O que vão fazer de mim?
Eu não vejo os meus pés afundar-se no lodo
E na beira não há eira onde me descalçar do chão.
O que vão fazer de mim?
Já pedi para esperar, sentada de costas para a estrada.
A emudecer um "Não vou!"
Vejo-me, ainda assim, a desfazer o caminho
Com os punhos cerrados erguidos em direção ao centro da terra,
a gritar-me ao contrário,
a desenterrar os pés da carne viva
De frente para um sol que queima
A ir
O que vou fazer de mim?